Não é de hoje que as periferias vêm dando seu recado Brasil afora. Inovação, versatilidade, mobilidade são conceitos que traduzem bem todo o potencial cultural que emerge desses espaços. Há cinco anos, o Festival Visões Periféricas vem difundindo produções em audiovisual produzidas nestes territórios. Não somente produções feitas por quem vive lá, mas também por quem passeia, por quem se interessa e faz um recorte peculiar desses espaços. “A periferia aqui é aberta a circulação de sentidos e não determinada por uma definição social ou discurso particular”, diz Marcio Blanco, idealizador e curador do festival.

Como está comemorando 5 anos, o Festival Visões Periféricas 2011 homenageia a atriz e apresentadora, Regina Casé. Ao longo de sua trajetória Regina tem trazido à tona na televisão aberta brasileira todo o potencial cultural das periferias. Isso não é pouco em um país que em 2009 possuía 96 milhões de aparelhos televisores, segundo pesquisa do IBGE.

A amizade dela com o antropólogo Hermano Vianna, fez com que circulasse pelas diversas periferias brasileiras e comunicasse toda a riqueza desses espaços, colaborando para a desconstrução dos estereótipos que os cercam. Além disso, a associação de periferia com tecnologia, presente no seu trabalho, vai ao encontro da proposta do festival que une audiovisual, educação e tecnologias para difundir a produção cultural desses espaços.

Por essa versatilidade, essa disposição de observar, olhar para o lado sem preconceito, sensibilidade e curiosidade em descobrir o novo, é que o Festival Visões Periféricas 2011 homenageia essa grande artista. Regina Casé tem nos mostrado através de seus trabalhos e jeito de andar pelo mundo que a periferia é um território produtivo, inovador. E que cada uma, através de suas particularidades, tem muito a nos dizer.

Não importa de que lado estamos, a divisão entre Centro e Periferia não faz mais sentido quando o importante é circular, misturar, promover encontros, gerar ideias e conexões, multiplicar. É esse o mundo de hoje, da internet, das redes sociais, dos games, da Regina, das periferias, dos centros, do audiovisual, do funk, das muitas Visões Periféricas.



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