Chegamos a 6ª edição do Visões Periféricas! Cheios de disposição pra fazer mais um festival que seja a cara do Rio de Janeiro, a cidade que também é um espelho da enorme diversidade do Brasil. Desde o seu início, em 2007, o festival dá força para uma geração de realizadores que inicia seu percurso em oficinas e cursos de audiovisual espalhados pelo país e tem a oportunidade de vir ao Rio para compartilhar seu trabalho na mostra Visorama. O Visões Periféricas se firmou como um espaço de visibilidade, aprendizado e reflexão para esses jovens autores e suas obras. Depois de seis anos, muitos deles já se encontram inseridos no mercado de audiovisual e participam ativamente da vida cultural de suas cidades. Sem perder de vista essa trajetória o festival continua acompanhando esses realizadores e muitos outros na mostra Fronteiras Imaginárias que coloca em contato diretores de diversos lugares e realidades. Além de representantes dos diversos Estados brasileiros, o projeto também conecta filmes e jovens realizadores da Venezuela, Chile, Argentina e Colômbia que também estarão aqui na mostra Ibero-americana para colocar um tempero a mais no caldeirão do festival.

Pra nós já seria uma grande satisfação estimular e acompanhar o amadurecimento dos sonhos e desejos materializados nos mais de 600 filmes inscritos anualmente, mas acreditamos que o festival deve ser algo mais do que um espaço de visibilidade dessa produção, deve ser também uma experiência de cidade, e porque não de país, para esses realizadores e o público. Por isso fazemos questão de estar espalhados fisicamente e virtualmente pelo Rio de Janeiro e pelo Brasil durante os nove dias em que o evento acontece. De Ipanema a Madureira, do Morro da Mangueira ao Cantagalo, do Ceará a Santa Catarina, o festival promove diversos percursos, conecta vários lugares e implode uma noção ideal de cidade e nação, expondo a diversidade que pode ser a visão periférica, aqui entendida como a visão que sempre está em movimento, se deslocando pela paisagem e reinventando uma nova maneira de ser. Em tempos como o que vivemos não há lugares seguros, o centro e a periferia se confundem. Viver é pra quem tem jogo de cintura, pra quem se abre para o novo, tá tudojuntoemisturado!

E foi justamente por essas qualidades que atribuímos à visão periférica que estamos homenageando o cineasta Eduardo Coutinho. Autor de uma obra vasta e rica, Coutinho soube como ninguém escutar o universo do ser humano das periferias, seja ela favela ou sertão, buscando impregnar a forma de seus filmes com a cumplicidade estabelecida com o interlocutor. O festival exibe obras emblemáticas do período em que produziu junto ao Centro de Criação de Imagem Popular, produções importantes para se compreender a cidade do Rio de Janeiro, em especial a cultura das favelas cariocas. O CECIP também é homenageado pelos 25 anos de contribuição à cidadania audiovisual com uma retrospectiva da produção da TV Maxambomba, experiência pioneira de TV itinerante na Baixada Fluminense dos anos 80 e 90.

Somando-se as tradicionais parcerias com a empresa OI, Oi Futuro e Secretaria de Estado de Cultura, damos boas vindas a CCR, Secretaria Municipal de Cultura e Secretaria Municipal de Ciência e Tecnologia que este ano incrementam a realização do festival e possibilitam a oficina “Madureira Vale um Filme”, de produção de filmes de até três minutos que irão encerrar o evento e premiar seus vencedores. Essa é uma ação que vem somar força ao trabalho de democratização do audiovisual e valorização da diversidade territorial e cultural do nosso Estado.

Mais uma vez bem-vindos ao Festival Visões Periféricas. A cada ano o acervo do festival se aprimora e revela grandes surpresas. Esperamos que aproveitem os mais de 100 filmes que serão exibidos nas mais de dez mostras do evento. Sigam-nos nas nossas redes sociais, assistam aos filmes na internet e votem.
Participem, fiquem conosco!

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